O Bitcoin registrou nos últimos dias uma das maiores quedas de 2025, saindo da faixa dos US$ 120 mil para níveis próximos de US$ 80 mil, marcando uma correção profunda que assustou investidores de varejo e institucionais.
Mas o que explica esse movimento tão abrupto?
Para além do pânico do mercado, a resposta pode estar em um fator central: a liquidez global do dólar.
Essa interpretação ganhou força após declarações do investidor bilionário Arthur Hayes, fundador da BitMEX, que aponta a verdadeira causa da queda — e projeta um cenário futuro surpreendente.
A verdadeira causa: falta de liquidez no mercado global
A análise de Hayes, publicada pela Exame, defende que o Bitcoin hoje funciona como um “termômetro da liquidez global”. Em outras palavras:
Quando o dinheiro some do sistema — especialmente dólares — o preço do Bitcoin despenca.
Segundo ele, os mercados estão entrando em um período de contração monetária:
- Menos liquidez disponível
- Condições financeiras mais apertadas
- Menos apetite institucional por risco
E isso atinge diretamente o Bitcoin.
Esse ponto reforça o que diversos analistas internacionais já apontavam nas últimas semanas: a queda não é isolada, mas sim parte de um movimento macroeconômico maior, que afeta ações de tecnologia, criptomoedas e mercados de alto risco.
Liquidações forçadas ampliam a queda

Além da liquidez reduzida, o Bitcoin sofreu uma onda de liquidações em cadeia.
Com a queda inicial, milhares de posições alavancadas foram encerradas automaticamente, empurrando o preço ainda mais para baixo.
Esse “efeito dominó” criou um dos piores ciclos de venda desde 2022.
Hayes descreve o fenômeno como um “doom loop” – um círculo vicioso onde:
- Instituições vendem ou reduzem exposição
- O varejo entra em pânico
- Mais liquidações são acionadas
- O preço cai ainda mais
A correlação com mercados tradicionais: Bitcoin agindo como ativo de risco
Enquanto o Bitcoin sofria perdas pesadas, índices como S&P 500 e Nasdaq 100 mostravam resiliência ou queda bem menor.
Isso mostra que o Bitcoin, por enquanto, não está se comportando como “ouro digital” ou porto seguro, mas continua seguindo a lógica de ativos altamente especulativos e sensíveis à liquidez — exatamente o ponto levantado pela análise de Hayes.
E agora? Cenário futuro pode surpreender
Apesar do pessimismo atual, a visão do investidor bilionário não é totalmente negativa. Hayes acredita que, em um cenário de:
- Corte de juros nos EUA, ou
- Queda acentuada nas bolsas (10%–20%),
os bancos centrais podem precisar injetar liquidez novamente no sistema financeiro.
E nessa virada, segundo ele, o Bitcoin poderia atingir:
US$ 200 000 a US$ 250 000 em um novo ciclo de alta.
Ou seja: a volatilidade pode continuar, mas o ativo ainda teria espaço para recuperação agressiva se a liquidez voltar.
O que o investidor deve observar agora
- Movimentos de política monetária do Federal Reserve
- Volume de liquidações nos mercados de derivativos
- Fluxo de entrada/saída de ETFs de Bitcoin
- Oscilações no dólar e nos mercados de ações de tecnologia
Esses fatores devem indicar se o pior já passou ou se há espaço para uma queda ainda maior.
Conclusão
A forte queda do Bitcoin nos últimos dias não é apenas um movimento de mercado típico — ela reflete um cenário mais amplo de aperto monetário, redução de liquidez e comportamento defensivo de investidores globais.
A análise de Arthur Hayes reforça que o Bitcoin continua extremamente sensível ao ambiente macroeconômico.
Mas, paradoxalmente, também aponta que a recuperação pode ser explosiva quando a liquidez voltar ao mercado.
Para quem acompanha o setor, o momento exige cautela, informação e visão de longo prazo.









