O uso da tecnologia blockchain avança de forma estratégica no campo da pesquisa científica da América Latina: a rede LA Referencia (Rede Latino-Americana de Ciência Aberta), em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), conquistou um financiamento internacional de US$ 1,5 milhão para desenvolver infraestruturas descentralizadas de identificação e preservação de dados científicos.
📌 O que o projeto pretende fazer
O financiamento, concedido pela Invest in Open Infrastructure (IOI), permitirá que o projeto desenvolva ao longo de três anos uma rede blockchain permissionada para criar identificadores persistentes (PIDs) voltados à ciência, com foco em baixo custo operacional, maior transparência e uso compartilhado por instituições de pesquisa na América Latina.
A meta é beneficiar mais de 1.300 centros de pesquisa em 36 países na região, além de preparar a adoção de inteligência artificial multilíngue.
🔍 Por que blockchain nesse contexto?
A escolha da tecnologia blockchain se justifica pela necessidade de um sistema que ofereça:
- Descentralização: reduz dependência de entidades centralizadas caras e muitas vezes restritas.
- Imutabilidade e rastreabilidade: uma vez gravado no sistema, o registro do dado científico ou metadado não pode ser alterado sem deixar rastros — essencial para a transparência da pesquisa.
- Custos reduzidos: infraestruturas tradicionais de das-reposições ou arquivos científicos podem ser muito onerosas; a rede blockchain permissionada busca tornar o processo mais acessível.
🌎 Impacto na América Latina
Para a América Latina, esse tipo de iniciativa representa uma chance de inserir suas instituições no cenário global de ciência aberta com qualidade e autonomia — e não só como consumidoras de tecnologia importada.
O Brasil, por meio do IBICT, assume papel de liderança regional, fortalecendo o Sul Global no mapa da inovação científica.
Além disso, o projeto anuncia expansão geográfica, contemplando mais 10 países latino-americanos com integração de repositórios públicos e uso de IA para busca semântica multilíngue.
✅ Por que vale acompanhar essa iniciativa
- A tecnologia blockchain está se aproximando de casos de uso reais além das finanças — pesquisa científica é um desses campos emergentes.
- A democratização da ciência aberta ganha impulso — menos barreiras, mais acesso e visibilidade para instituições latino-americanas.
- Para pesquisadores, instituições e policymakers, esse tipo de projeto mostra como a inovação tecnológica pode servir ao bem público.
- Para o ecossistema maior de tecnologia, esse movimento reforça que blockchain está maturando para uso institucional e infraestrutural, não apenas especulação.
🎯 Conclusão
O aporte de US$ 1,5 milhão para a rede LA Referencia/IBICT marca um momento importante: a blockchain está deixando de ser promessa para se tornar ferramenta estratégica de infraestrutura para ciência.
Em regiões historicamente marginalizadas no cenário global de pesquisa, esta pode ser a alavanca para maior autonomia, visibilidade e colaboração internacional.
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