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Cibersegurança em infraestruturas críticas: o novo campo de batalha digital

Close-up of a computer monitor displaying cyber security data and code, indicative of system hacking or programming.

Com mais de 180 mil sistemas industriais expostos à Internet e o aumento da convergência entre TI e operações, governos e empresas correm para reforçar a proteção de setores vitais como energia, água, telecomunicações e transporte.

A crescente digitalização de serviços essenciais transformou as infraestruturas críticas em um dos principais alvos de ataques cibernéticos no mundo. Energia, saneamento, transporte, telecomunicações e até saúde pública dependem hoje de sistemas conectados — e essa interconectividade cria brechas exploráveis por criminosos e até agentes estatais.
Recentes relatórios internacionais acenderam o alerta: segundo a Bitsight, mais de 180 mil sistemas de controle industrial (ICS/SCADA) estão expostos diretamente à Internet, número que deve ultrapassar 200 mil até o fim de 2025.

O que está acontecendo

De acordo com a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), muitas infraestruturas ainda mantêm separadas as equipes de segurança física e segurança cibernética, o que gera lacunas graves na defesa. Em seu mais recente guia técnico — com mais de 200 páginas —, a entidade reforça que a unificação dos protocolos físicos e digitais é fundamental para reduzir riscos de ataques complexos e coordenados.

Ao mesmo tempo, o relatório da Gartner destaca uma mudança de mentalidade no setor: empresas estão deixando de tratar cibersegurança como mero item de compliance para encará-la como pilar de resiliência operacional — a capacidade de continuar funcionando mesmo após um incidente.

Por que isso é preocupante

Sistemas legados inseguros — muitas plantas industriais ainda usam softwares e equipamentos projetados há décadas, sem qualquer mecanismo de defesa nativo.

Exposição crescente via IoT — dispositivos conectados ampliam a superfície de ataque, ligando o mundo digital ao operacional.

Ataques persistentes e invisíveis — grupos avançados tentam infiltrar-se de forma discreta, buscando permanecer “adormecidos” por longos períodos. Pesquisadores da Texas A&M University desenvolveram recentemente uma ferramenta capaz de detectar esse tipo de intrusão stealth.

Efeito dominó — um ataque bem-sucedido em telecomunicações pode paralisar energia, transporte e abastecimento de água, desencadeando falhas em cascata.

Casos recentes e respostas globais

Hong Kong anunciou em março de 2025 uma nova lei de cibersegurança específica para proteger instalações críticas e obrigar operadoras a reportar incidentes em até 24 horas.
Nos Estados Unidos, a agência federal CISA enfrenta desafios orçamentários justamente em um momento de aumento de tentativas de ataques a redes elétricas e sistemas municipa.
A NSA afirmou que o grupo chinês Volt Typhoon, conhecido por tentar infiltrar-se em infraestruturas críticas, não conseguiu manter persistência em sistemas norte-americanos após detecção precoce.

Esses episódios reforçam que a guerra cibernética já não é apenas digital — ela afeta diretamente o funcionamento do mundo físico.

Tendências para 2026

Automação da defesa com IA e aprendizado de máquina, para detectar anomalias antes que causem impacto.
Integração IT + OT sob políticas únicas de governança.
Investimento em resiliência: simulações de ataque (“red team”), planos de contingência e redundância operacional.
Colaboração público-privada: governos e empresas trocando dados em tempo real sobre incidentes e vulnerabilidades.

Oportunidades e desafios para o setor

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O mercado global de cibersegurança industrial deve ultrapassar US$ 30 bilhões até 2027, com crescimento acelerado em fornecedores de detecção e resposta OT. Para desenvolvedores e profissionais de TI, surge uma nova demanda: entender como proteger sistemas híbridos, que misturam redes corporativas com sensores, PLCs e controladores industriais.

Empresas brasileiras e latino-americanas começam a investir em SOC híbridos (Security Operations Centers) e consultorias de resiliência digital — uma frente promissora tanto para negócios quanto para carreiras na área de segurança e infraestrutura.

Cibersegurança em infraestruturas críticas deixou de ser um tema restrito a governos e agora envolve toda a sociedade. Cada avanço tecnológico — de sensores inteligentes a IA generativa — amplia o poder de operação, mas também os riscos. O desafio é equilibrar inovação e segurança em escala global.

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