Segundo estudo recente do Itaú Unibanco, a proposta de taxar dividendos e lucros de empresas no Brasil pode desencadear uma saída de capital entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões até o fim do ano, caso a lei seja sancionada. Forbes Brasil+2Exame+2
Este cenário vem gerando apreensão entre economistas e investidores — e pode ter efeitos profundos sobre câmbio, investimentos, empresas e o mercado como um todo. Veja abaixo os pontos principais.
O que está sendo proposto
- A nova lei prevê tributação mínima sobre lucros elevados e dividendos distribuídos a partir de 2026. Forbes Brasil+1
- A ideia é que a isenção normal de dividendos — que vigora desde 1996 — seja revista, gerando uma cobrança adicional para faixas de alta renda. Forbes Brasil+1
- A previsão do Itaú considera que muitos investidores podem antecipar remessas ao exterior para evitar a nova tributação, impulsionando a saída de capital. Jornal de Brasília+1
Cenário projetado: fuga recorde de capital
- A estimativa de saída entre US$ 25 e 35 bilhões é mais do que o dobro da média histórica registrada para o período, que gira em torno de US$ 15 bilhões. Forbes Brasil+2Jornal de Brasília+2
- Esse movimento de antecipação e remessa pode provocar pressão sobre o câmbio e instabilidade no mercado de capitais. Jornal de Brasília+1
- A expectativa de câmbio projetada pelo banco é de R$ 5,35 até o fim de 2025 e R$ 5,50 em 2026, o que reflete a preocupação com depreciação do real diante da saída de dólares. Jornal de Brasília+1
Possíveis impactos na economia e nos investidores
🔹 Pressão sobre o câmbio
A saída expressiva de dólares pode enfraquecer o real, tornando importações mais caras, elevando inflação e reduzindo poder de compra.
🔹 Redução de investimentos
Menos recursos disponíveis para reinvestimento por empresas pode comprometer expansão, inovação e geração de empregos. Como parte dos dividendos reinvestidos mantêm operações de companhias e estimulam o crescimento. Jornal de Brasília+1
🔹 Insegurança do investidor
A mudança no regime de dividendos eleva risco para quem já investe em empresas brasileiras — o atrativo de retorno reduz, podendo diminuir a demanda por ações nacionais.
🔹 Aumento da desigualdade
Tributar lucros e dividendos recorrentemente pode encarecer o custo de investir — isso pode restringir a investidores de maior capital e afastar pequenos investidores, reduzindo a democratização do mercado.
O que isso significa para quem investe hoje
- Avalie o perfil de risco: se a empresa distribui dividendos como principal retorno, o impacto pode ser maior.
- Diversificação: considerar ativos no exterior, criptos, ou outros investimentos fora do Brasil.
- Acompanhe a aprovação da lei e datas de vigência — pode haver janelas de oportunidade para antecipar dividendos.
- Tenha em mente o câmbio: com dólar mais forte, itens importados e inflação podem pressionar o consumo.
Conclusão
A proposta de tributação de dividendos — embora vista por muitos como necessária para justiça fiscal — pode gerar efeitos colaterais graves caso não venha acompanhada de políticas estruturais para manter a atratividade de investimentos no Brasil.
A projeção de saída de até US$ 35 bilhões assusta — e sinaliza um momento de muita atenção para investidores, empresas e para a economia do país como um todo.
Se você investe no Brasil, talvez seja hora de rever sua estratégia e considerar diversificação internacional — ou ao menos acompanhar de perto como a lei será sancionada e implementada.









